O que dizer quando já estamos stressados, rebentados, moídos e extenuados e há alguém que nos troca as voltas e nos lixa a vida que, neste caso, são mesmo dois dias?
Bem... a primeira coisa pode ser uma data de palavrões, o que ainda nos cansa mais.
A segunda é admitirmos que fomos estúpidos por, mais uma vez, termos confiado em alguém.
A terceira é, depois da segunda e da primeira, encontrar uma alternativa e solução adequada.
E sabem que mais? A terceira, por muito que nos custe e por mais ginástica mental que exija e uns quantos telefonemas que agravam a conta mensal na operadora, é a certa.
Porque no final do dia, ou dos dois dias, neste caso, é também a única solução. Encontrada por nós, porque é de nós que se trata.
E nós somos valentes. Sobreviventes.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Mudança ou prá frente é que é o caminho e nem se ohe para trás.
É engraçado quando percebemos, por causa da idade e da experiência, que a nossa vida é um somatório de partes. Quando somos putos, essas partes são bem divididas entre o que é nosso e dos outros. Nem nos apercebemos que os momentos são apenas momentos e não memórias que poderão alcançar um futuro, em que o que acontece hoje acontecerá amanhã mas sem enfado.
Chegados a uma certa altura, temos que optar por mudanças. E estas acontecem quando menos se espera ou porque as fazemos acontecer. Quanto mais tarde se muda, mais memórias acompanham essa confusão. Juntamos experiências e tentamos fazer com que o baralho se embrulhe num castelo de cartas. Infelizmente sabemos que ele cairá. Mas temos esperança, sempre uma esperança que, desta vez, ele se mantenha firme nem que seja por mais um momento.
E quando esse acontece, percebemos que fomos bafejados pela sorte que é, apenas, a de ter uma vida.
Chegados a uma certa altura, temos que optar por mudanças. E estas acontecem quando menos se espera ou porque as fazemos acontecer. Quanto mais tarde se muda, mais memórias acompanham essa confusão. Juntamos experiências e tentamos fazer com que o baralho se embrulhe num castelo de cartas. Infelizmente sabemos que ele cairá. Mas temos esperança, sempre uma esperança que, desta vez, ele se mantenha firme nem que seja por mais um momento.
E quando esse acontece, percebemos que fomos bafejados pela sorte que é, apenas, a de ter uma vida.
domingo, 26 de outubro de 2008
A hora aghá
Bom dia vida. Hoje atrasaste-me uma hora e aqui estou, acordado numa madrugada de Domingo. Dou por mim no silêncio, ouvindo-o e pesquisando-o. Sobressalto-me com todos os pequenos sons que surgem de repente e que num repente desaparecem. Vou à janela e a luz matinal é crua e fria, mas está uma manhã solarenga, esplenderosa. Sabes vida, tu às vezes és bonita. Hoje vais dar luz a todos aqueles lisboetas que se levantam num Domingo para exercitar o corpo, mais por moda do que pela própria saúde ou equilíbrio. Eu já fiz muita ginástica quando era puto e o resultado foi danoso para as costas e joelhos. Agora doi-me tudo quando acordo. Depois passa. Mas gostava de emagrecer e enganar a idade numa década. Ó vida, vê lá se tu própria acordas! Olha em redor e vê o que andas a fazer a todas as pequenas formigas que se julgam semelhantes a deus. Não lhes garantas nem lhes ofereças. Deixa-as estar. Às vezes é bom apenas estar. Ou ficar. Tudo depende do tempo e esta hora que me roubaste já não existe. Perdeu-se para sempre. Pois é vida, em 60 minutos pode acontecer muita coisa. Se acordarmos fazemos a mesma coisa que faríamos mais tarde. Se ainda dormíssemos, poderíamos sonhar com algo grandioso ou traquinas. Repõe lá os minutos, se faz favor.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
doi-me tudo
Há coisas bonitas no sacrifício. Todo eu estou derrotado fisicamente. Estoirado, furado, maltratado, desorientado, lixado e cansado.
Estou tão partido que nem existem mais adjectivos que reforcem esta situação, esta dor, esta demência dormente corporal, esta vontade de querer ir para a cama mas saber que lá não se descansa. Porque a cama é, afinal, não tão suave como a pintam. Antes, tem manhas e vidas, experiências e transtornos, amores e desamores, vales e montanhas. Afinal, uma cama é toda uma roleta russa. Mesmo.
Estou tão cansado que até penso que o que escrevi até agora faz todo o sentido e até tem alguma poesia.
Mas como não sou poeta, olha.... que se dane. Amanhã retorno a este lugarejo e logo vejo as parvoíces que escrevi, porque muito sinceramente, nem as vou rev(l)er.
Estou tão partido que nem existem mais adjectivos que reforcem esta situação, esta dor, esta demência dormente corporal, esta vontade de querer ir para a cama mas saber que lá não se descansa. Porque a cama é, afinal, não tão suave como a pintam. Antes, tem manhas e vidas, experiências e transtornos, amores e desamores, vales e montanhas. Afinal, uma cama é toda uma roleta russa. Mesmo.
Estou tão cansado que até penso que o que escrevi até agora faz todo o sentido e até tem alguma poesia.
Mas como não sou poeta, olha.... que se dane. Amanhã retorno a este lugarejo e logo vejo as parvoíces que escrevi, porque muito sinceramente, nem as vou rev(l)er.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
shiuuu
Ter um segredo é algo raro hoje em dia. E que bom é tê-lo. Um segredo tem dois lados: o egoísta que nos preenche porque somos receptáculo dele e o curioso que perturba quem não o conhece.
Mas se um segredo é um segredo, não deixa de o ser porque há quem saiba que existe? Até que ponto um segredo é secreto? Quando é descoberto apenas por uma pessoa ou porque há muitas a tentar descobri-lo?
O que vale é que, para quem o tem, o segredo é apenas isso. Algo que se sussurra interiormente para que um ouvido diga ao outro e que este o guarde para sempre.
Mas se um segredo é um segredo, não deixa de o ser porque há quem saiba que existe? Até que ponto um segredo é secreto? Quando é descoberto apenas por uma pessoa ou porque há muitas a tentar descobri-lo?
O que vale é que, para quem o tem, o segredo é apenas isso. Algo que se sussurra interiormente para que um ouvido diga ao outro e que este o guarde para sempre.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Preto no branco
Gosto muito de preto. É, talvez, a minha cor preferida. Ou ausência dela. Gosto da noite em vez do dia. Dizem que sou coruja. Gosto da classe e da simplicidade. Gosto de carros pretos que só chamam a atenção quando as suas linhas são esbeltas.
Gosto de lingerie preta e de vestidos pretos. Gosto de jeans pretos e sapatos pretos.
Gosto das malhas pretas e redondas no pelo branco do meu cão.
Gosto de cabelo preto, longo e liso. Gosto de olhos pretos, profundos e enigmáticos. Gosto da sua alma.
Gosto de tecnologia preta, de televisores e computadores pretos. Escondem cores e mundos, palavras e segredos. Animam-nos quando nada o faria supôr. E uma luz rodeada de preto é sempre mais intensa.
Gosto de buracos negros, daquilo que encerram, do seu poder e da sua anti-matéria. Gosto do Darth Vader. Gosto do equipamento policial das forças de intervenção que de azul passaram a preto.
Gosto de café escuro. Gosto das marcas queimadas na carne de churrasco e no peixe grelhado. Gosto do açúcar queimado no leite creme.
Gosto do papel higiénico preto da Renova.
E do que mais gosto é deste ponto final... em preto.
Gosto de lingerie preta e de vestidos pretos. Gosto de jeans pretos e sapatos pretos.
Gosto das malhas pretas e redondas no pelo branco do meu cão.
Gosto de cabelo preto, longo e liso. Gosto de olhos pretos, profundos e enigmáticos. Gosto da sua alma.
Gosto de tecnologia preta, de televisores e computadores pretos. Escondem cores e mundos, palavras e segredos. Animam-nos quando nada o faria supôr. E uma luz rodeada de preto é sempre mais intensa.
Gosto de buracos negros, daquilo que encerram, do seu poder e da sua anti-matéria. Gosto do Darth Vader. Gosto do equipamento policial das forças de intervenção que de azul passaram a preto.
Gosto de café escuro. Gosto das marcas queimadas na carne de churrasco e no peixe grelhado. Gosto do açúcar queimado no leite creme.
Gosto do papel higiénico preto da Renova.
E do que mais gosto é deste ponto final... em preto.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
É bom dar mais luz à vida, mesmo quando a que existe é suave e escondida.
Dou por mim às vezes enebriado pelo lado luminoso da vida. São poucas as coisas que me fazem sentir assim e por isso até consigo enumerar algumas de cor.
Em primeiro lugar surge a paixão. Esta pode ser por alguém, mas as mais duradouras são por descobertas, experiências sensitivas, ouvidos e olhar atentos. As maravilhas que um sentido apurado de palato, mesmo que o tabaco o tenha baixado para metade, nos dá ao longo da vida. Um bom vinho, de preferência tinto, para acompanhar uma conversa a dois, com ou sem lareira. A memória de alguém que nos é, ainda depois de longos anos, importante. O prazer de entrar num carro novo e o frenesim acriançado de dar à chave pela primeira vez.
Em segundo lugar, a paixão dos outros. Por nós, claro está. Ou por coisas que lhes são importantes e para as quais somos convidados, tais príncipes encantados ou sapos bem aventurados. O prazer que os outros têm quando nos apresentam à sua nova paixão, seja uma mistura alcoólica sem par, um novo restaurante nipónico que ainda não é conhecido, aquela praia esquecida pelo inverno e pela esplanada e que só tem lugar para dois. Um cd novo de alguém de que nunca se ouviu falar e pelo qual ficamos também rendidos.
Em terceiro, o vento. Adoro vento. Adoro que me bata com força na cara, que me despenteie, que me obrigue a inclinar o corpo num ângulo pouco recto para lhe fazer frente. Não sei nunca de onde vem nem para onde irá. Por que mundos viajou, por quantas pessoas passou. Mas naquele preciso instante é só meu.
Enfim. Tenho tantas, tantas paixões. E uma delas é poder deixar de as enumerar porque assim decido.
Em primeiro lugar surge a paixão. Esta pode ser por alguém, mas as mais duradouras são por descobertas, experiências sensitivas, ouvidos e olhar atentos. As maravilhas que um sentido apurado de palato, mesmo que o tabaco o tenha baixado para metade, nos dá ao longo da vida. Um bom vinho, de preferência tinto, para acompanhar uma conversa a dois, com ou sem lareira. A memória de alguém que nos é, ainda depois de longos anos, importante. O prazer de entrar num carro novo e o frenesim acriançado de dar à chave pela primeira vez.
Em segundo lugar, a paixão dos outros. Por nós, claro está. Ou por coisas que lhes são importantes e para as quais somos convidados, tais príncipes encantados ou sapos bem aventurados. O prazer que os outros têm quando nos apresentam à sua nova paixão, seja uma mistura alcoólica sem par, um novo restaurante nipónico que ainda não é conhecido, aquela praia esquecida pelo inverno e pela esplanada e que só tem lugar para dois. Um cd novo de alguém de que nunca se ouviu falar e pelo qual ficamos também rendidos.
Em terceiro, o vento. Adoro vento. Adoro que me bata com força na cara, que me despenteie, que me obrigue a inclinar o corpo num ângulo pouco recto para lhe fazer frente. Não sei nunca de onde vem nem para onde irá. Por que mundos viajou, por quantas pessoas passou. Mas naquele preciso instante é só meu.
Enfim. Tenho tantas, tantas paixões. E uma delas é poder deixar de as enumerar porque assim decido.
Não vejo nada!
É um problema. Real e até chato. Isto de ter que se seleccionar o texto sem vê-lo é tramado. Mas por outro lado, é algo de mágico. Ir descobrindo palavras não é para todos.
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